As pupilas absolutamente dilatadas. Seria lascívia? Medo? Instinto? Um homem assistindo ao seu próprio delito. O flagrante pessoal. O reflexo do espelho, encaixado sabiamente no teto do viaduto abarrotado de veículos, gente e vozes; não escondia a ação às escondidas. O homem, que não entendia vida afora a sua, encontrava-se epifanicamente estático diante do espelho e de sua corrupção. Com as mãos fortes e determinadas, ele calava angustiadamente sua vítima; que passaria a vida no silêncio medonho daquele crime. O espelho expunha sua corrupção moral. Seus olhos delineavam sua corrupção coletiva. Corromper e ver. A vergonha o consumia com raios de luz a atravessarem seu coração.
Esse espelho existe particularmente em um canto de Curitiba. Mas deveria ser o instrumento básico e essencial de todo o ser humano.
Obviamente, andar por aí instalando aparelhos refletores a fim de esclarecer às obscuras mentes, que corrompem, sobre os seus “desvios” sociais, não seria viável, materialmente falando. Por outro lado, refiro-me a espelhos da era tecnológica mais avançada: virtuais e que podem funcionar em dias de chuva sem que precisemos cobri-los devido aos raios assustadores das precipitações de verão. Espelhos internamente instalados no consciente humano e bem polidos, que devem ser lavrados a partir de ensinamentos sociais correspondentes às posturas morais corretas da sociedade.
Somando-se à moderna existência de um espelho acusador das más atitudes particulares – pois, anomalias sociais, como a corrupção, por exemplo, são fruto de uma série de atitudes particulares que resultam em danos coletivos dos mais variados – devemos lembrar que a construção dessa metáfora permeia a sociedade ideal platônica, em que, mais que platonismo, mostra uma forma eficaz de erguer espelhos nos cidadãos: a educação.
Com isso, estende-se à escola, aos pais, aos tios, aos avós, aos amigos, à Igreja, entre outros, a responsabilidade em solidificar um espelho no “teto” de cada cidadão que compõe a sociedade; com o objetivo de que desculpas tão corruptas quanto os próprios atos ilícitos (lascívia, medo, instinto...) se transforme em vergonha para o corrompedor e livre as vítimas da mudez sórdida – um dos traumas da corrupção. Cabe aqui dizer que, ao contrário do que os noticiários expõem, não é a Câmara dos Deputados que deve ensinar a construir refletores, e sim, os eleitores, educados, que devem votar em quem já construiu seus espelhos. Aliás, alguém já reparou que não há espelhos no Plenário?
Esse espelho existe particularmente em um canto de Curitiba. Mas deveria ser o instrumento básico e essencial de todo o ser humano.
Obviamente, andar por aí instalando aparelhos refletores a fim de esclarecer às obscuras mentes, que corrompem, sobre os seus “desvios” sociais, não seria viável, materialmente falando. Por outro lado, refiro-me a espelhos da era tecnológica mais avançada: virtuais e que podem funcionar em dias de chuva sem que precisemos cobri-los devido aos raios assustadores das precipitações de verão. Espelhos internamente instalados no consciente humano e bem polidos, que devem ser lavrados a partir de ensinamentos sociais correspondentes às posturas morais corretas da sociedade.
Somando-se à moderna existência de um espelho acusador das más atitudes particulares – pois, anomalias sociais, como a corrupção, por exemplo, são fruto de uma série de atitudes particulares que resultam em danos coletivos dos mais variados – devemos lembrar que a construção dessa metáfora permeia a sociedade ideal platônica, em que, mais que platonismo, mostra uma forma eficaz de erguer espelhos nos cidadãos: a educação.
Com isso, estende-se à escola, aos pais, aos tios, aos avós, aos amigos, à Igreja, entre outros, a responsabilidade em solidificar um espelho no “teto” de cada cidadão que compõe a sociedade; com o objetivo de que desculpas tão corruptas quanto os próprios atos ilícitos (lascívia, medo, instinto...) se transforme em vergonha para o corrompedor e livre as vítimas da mudez sórdida – um dos traumas da corrupção. Cabe aqui dizer que, ao contrário do que os noticiários expõem, não é a Câmara dos Deputados que deve ensinar a construir refletores, e sim, os eleitores, educados, que devem votar em quem já construiu seus espelhos. Aliás, alguém já reparou que não há espelhos no Plenário?
Para concluir, é preciso remeter novamente ao viaduto, a fim de que não nos esqueçamos de olhar nossos olhos quando desculpas parecerem verdadeiras o bastante para respaldarem a nossa falta de moralidade e a não construção de nossos reflexos – os nossos espelhos. Agora, se achar que tudo isso é utopia, pense nos locais onde se encontram, em tese, as escabrosas denúncias de desvio público de dinheiro, agrupamentos partidários nepóticos e predatórios, andanças de malas, mochilas, laranjas e outras frutas; no Senado, por exemplo: alguém viu um espelho? – nem real, nem virtual! Há espelhos na sala do delegado? Existem espelhos nas salas de prova da quinta série? Acaso ou falta de educação?